terça-feira, 30 de junho de 2009

Vá pra merda com o rei do pop! ###01


Deitei durante a tarde de domingo para um breve cochilo e fui levado de súbito pra um lugar que desde os meus nove anos não freqüentava em pensamento. Era uma casa velha, na verdade ainda não se configurava como casa pois haviam dado início a construção que logo foi abandonada por falta de dinheiro. A casa ficava localizada em meu bairro e pertencia a um amigo de meu pai. A obra ficou interrompida por uns dois anos e dentro desse tempo muitas coisas aconteceram na casa sob meu testemunho. Mas o que me veio enquanto sonhava, foi um episódio marcado pela violência e falta controle típico da infância. Por esta época estavam alojados na casa três homens que passavam a maior parte do dia, para não dizer o dia todo, bebendo alguma coisa que na minha região é chamada de “Corote”: um pequeno recipiente de plástico, cerca de 500ml, em formato de barril, contendo álcool pronto para consumo. Certa noite como era de costume fui até a casa de meu vizinho, Márcio, para saber o que faríamos, ele era o nosso mentor. Digo nosso, pois a turma era composta por quatro pessoas: Márcio, 16 anos; Alessandro, 14 anos; Rogério 12 anos; e eu 09 anos. Nossa turma era bem diversa, Márcio era um sujeito muito inquieto, o que despertava minha admiração pois sempre estava envolvido com alguma coisa que meus pais jamais permitiriam que eu fizesse. Alessandro era um garoto criado numa família completamente desestruturada, o pai estava preso, a mãe envolvida com tráfico de drogas, e ele acabou por conseqüência fazendo pequenos fornecimentos de substâncias ilícitas no bairro onde moravamos. Rogério, era um garoto que não possuía limites, tinha o interesse voltado para situações proibidas, um moleque que os psicólogos diriam “não teve a interdição do pai”, realmente não teve, pois o mesmo faleceu quando ele tinha apenas 3 anos. Já eu não tinha nada de interessante, comparado aos meus amigos, justificado pela pouca idade e pela minha família que pode-se dizer fez tudo a seu alcance pra que eu fosse um pessoa “normal”. Somente tinha liberdade para circular entre essas pessoas pois meu pai era considerado louco naquela vizinhança e portando era temido não só por mim como por uma boa parte das pessoas que ali residiam inclusive os meus amigos. Mas voltando ao sonho que tive, era uma noite tranqüila e fresca típica da primavera, quando fui até a casa de Márcio e de lá saímos para encontrar os outros dois moleques. Quando nos encontramos os três decidiram que iríamos conseguir dinheiro naquela noite e a forma de faze-lo seria extorquindo os bêbados que estavam na casa abandonada, e que deviam ter algum trocado proveniente de esmola. Mesmo com todo o receio que possuía segui na empreitada junto com meus camaradas. Chegamos lá e eles estavam dormindo completamente bêbados......

Um comentário:

Siguilita disse...

realmente chapo o rei do pop e tudo mais, entretanto uma boa historia nunca chapa :) bjus